Contava os dias como quem pula ondas: jogando-se em câmera lenta nas partículas de luz. Espalhava-se pela rotina sem atentar muito para as horas que faltavam até a chegada dele. O retorno e a partida, mais uma vez. Estavam acostumados, mas o mundo não. Terminaram? Quando ele vem? Como vocês conseguem viver em cidades diferentes? Como quem se joga em uma mar de espuma mútua, onde as dúvidas respingam, mas não afundam. Havia planos de mãos dadas, sonhos de uma ponta a outra e passagens de avião. Nenhum dos dois realmente partia, quando um ficava sempre no outro.