Sorria em dias bonitos como aquele, quando sentia na pele o tecido aquecido do hábito sob o sol. Mas, naquela tarde, ela chorava e vagava sem saber para onde ir. Seu filho a procurou. Os pais adotivos haviam quebrado a promessa de anos atrás e dito a verdade: ela não quisera o bebê. Adulto,ele foi até o convento para dizer que a perdoava, mas ela sabia que era tarde. Era como se agora finalmente Deus ficasse sabendo, e ela estivesse suja demais para seguir com a vocação que tinha desde menina. O rapaz era a lembrança do deslize imundo, da vergonha que a fez sair correndo aterrorizada do convento. O portão ficou aberto, como braços vazios, mas ela nunca se perdoou para voltar.